O medronho, o mel e o barro: artes e ofícios típicos do Algarve na Serra do Caldeirão

Categoria: algarve serra do caldeirão

Todas as regiões têm características próprias e produtos típicos que lhe conferem ainda mais identidade. De entre muitos marcos da zona, tentámos selecionar alguns para lhe contar. A indecisão foi muita, mas preferimos incidir na nossa tão bela e abrangente Serra do Caldeirão.

A pouco mais de meia hora de distância do Golden Club Cabanas, tem acesso a toda uma panóplia de paisagens, fauna e flora e ainda a produtos regionais, sejam alimentares, como o mel e o medronho, ou para confeção e decoração, como o barro.

Façamos um enquadramento da Serra do Caldeirão: está situada entre o Baixo Alentejo e o Algarve, e é uma serra de baixa altitude – cerca de 575 metros – é um miradouro que oferece uma ampla vista sobre a serra e a planície algarvia. Aos diversos vestígios referentes ao período Neolítico, juntam-se partes de minas em bom estado, no conselho de Alcoutim, devido aos muitos anos de exploração mineira da região.

Medronho, mel e barro
O medronho do Algarve

As casas típicas da serra do Caldeirão são feitas de pedra e caiadas de branco, com telhado de cana e, normalmente, de uma só água. A título de curiosidade, por toda a serra ainda se avistam marcas rurais do modo de vida antigo e é possível encontrar palheiros, azenhas, levadas, açudes, moinhos de vento e até fornos.

Na sua fauna, é possível encontrar lontras, veados, javalis, águias, cegonhas e uma grande diversidade de sapos. Quanto à flora, predomina o sobreiro, o carvalho-cerquinho e o medronheiro e, com a influência dos árabes, inclui-se também a laranjeira e a amendoeira. É precisamente no medronheiro e na laranjeira que nos queremos focar e, por esta altura, já sabe do que falamos, certo?

A aguardente de medronho, tão típica do Algarve, é produzida através da destilação dos frutos fermentados que, pelas suas características específicas, conferem-lhe uma qualidade distinta. Também a sua forma de produção, trazida pelos árabes, se mantém artesanal através da utilização de fogo lento e dos alambiques de cobre com os seus finos tubos em forma de serpentina. Todas estas especificidades fazem do medronho do Algarve um produto único que se distingue dos demais.

Ainda sobre a flora, vamos falar das laranjeiras, não pelas conhecidas laranjas do Algarve, mas sim pelo mel de flor de laranjeira e pelo mel de flor de rosmaninho. O que os torna tão especiais? Tal como o medronheiro, as características do terreno e o clima tornam os produtos distintos e permitem produzir um tipo de mel aromatizado delicioso. O mel de flor de laranjeira é considerado um mel de néctar de sabor suave, amarelo dourado translúcido e particularmente rico em sais minerais; a sua recolha decorre desde fins de maio até meados de julho, ficando em repouso até setembro/outubro, sendo depois centrifugado e embalado em boiões de vidro. Já o mel de rosmaninho do Algarve é produzido através das espécies de rosmaninho selvagem da serra, tem um aroma floral intenso e doce, originando um mel viscoso e suculento de aparência dourada translúcida.

Passando agora para o barro vermelho, tipicamente algarvio, utiliza como matéria prima a argila, sendo um produto natural e bastante ecológico com excelentes propriedades e durabilidade. Durante milénios, os alimentos foram cozinhados e servidos em recipientes de barro. Nos dias de hoje, apesar de ainda serem utilizados na confeção e apresentação de comida, são mais utilizados como peças de decoração devido aos diversos motivos e desenhos com que são habilmente decorados, na sua maioria, de forma ainda manual. Curiosamente, devido à sua produção artesanal, é raro encontrarmos duas peças exatamente iguais.

Lançamos agora o desafio: quando visitar a Serra do Caldeirão, qual destes ofícios vai querer conhecer em primeiro lugar?

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